Social Hostel Curitiba, transformando um sonho em um negócio

SOCIAL HOSTEL
Um hostel que surgiu entre taças de vinho, e que hoje é uma empresa rentável.

ENTRE UM VINHO E OUTRO
Maria nem sonhava em ser empresária. Em uma noite de sexta-feira, entre um vinho e outro e conversas despretensiosas, seu namorado da época a perguntou: “Maria, se você pudesse escolher qualquer coisa pra fazer profissionalmente, o que você faria?”. E ela respondeu sem pensar: “abriria um hostel”. E a sementinha foi plantada.
“É doido porque nunca tinha pensado sobre isso e quando ele me perguntou, surpreso, o porquê, eu disse que era um ambiente que me fascinava. Toda vez que eu viajava e ficava em um hostel, as amizades que eu criava, as histórias, o que aquele ambiente me proporcionava.“, conta Maria.
Relembra que o que mais lhe chamava atenção era a possibilidade de viver em contato constante com mochileiros, com pessoas novas e diferentes. “E o mais engraçado disso é que eu tinha um sonho (o de quando vc dorme mesmo rs) que se repetia muito, em que eu trabalhava num lugar, que eu não sabia descrever direito o que era, mas que era um ponto de encontro de pessoas, onde meus amigos e família costumavam frequentar, e eu era a anfitriã.”
Ela conta que hoje com o hostel, sente o mesmo sentimento que tinha no sonho.
Dessa conversa até abrir foi algum tempo. Seu ex largou o emprego e queria empreender, mas não sabia em quê, então ele propôs que abrissem juntos um hostel, já que ele tinha a vontade de abrir um negócio e ela tinha a paixão.
DE CERIMONIALISTA, A “SEM CERIMÔNIAS“
Maria, que se formou em farmácia, já fez de tudo um pouco: já foi babá nos EUA, maquiadora, professora de português para estrangeiros, professora de inglês, mas sua maior experiência profissional foi como cerimonialista (17 anos trabalhando em eventos).
Essa longa jornada como cerimonialista trouxe várias habilidades que hoje são muito importantes na vida hosteleira.
“Ser anfitriã e receber bem as pessoas, fazer com que todos se sintam acolhidos e bem vindos, a capacidade de gerenciar equipes que mudam a cada semana, o jogo de cintura de lidar com diferentes estilos de pessoas, a criatividade de arranjar soluções para problemas imediatamente, pois um casamento não teria um outro dia para dar certo, a gestão de caos (e ainda por cima na postura aeromoça, sem poder demonstrar que o mundo estava caindo nos bastidores), o gerenciamento de expectativa do cliente, as múltiplas funções (desde carregar móveis a primeiros socorros)- isso fez com que nunca tivesse frescura com nenhuma atividade no hostel – e também longas horas de trabalho (chegava a trabalhar em média 16h direto – e sempre trabalhei de segunda a segunda) com o objetivo de promover a diversão de todos ao meu redor: os meus clientes, seus convidados e a equipe que estava trabalhando, porque uma equipe feliz trabalha bem melhor.”
Para montar seu próprio hostel, pegou referências em vários hostels que já se hospedou, como as atividades de um hostel de Londres, a vibe de outro que ficou na Patagônia, o melhor host da vida do hostel que ficaram em Amsterdam, etc. E com todas essas boas referências e a experiência em receber, surgiu o Social Hostel, em Curitiba – Paraná.
“Todo mundo tem que sair daqui mais feliz do que chegou. Criar conexões reais entre as pessoas. Fazer com que os hóspedes sintam saudades daqui. Esse é um compromisso real aqui, que vai desde como nos comunicamos pré chegada, à escolha do perfil da equipe que trabalha e a programação.“
MARIA
A REALIDADE DE EMPREENDER
Mas mesmo com essa facilidade e experiência, empreender não foi fácil.
“Como abrimos eu e meu namorado da época, foi muito complicado conciliar as decisões, pois pensávamos muito diferente.”
Além disso, conta que o investimento com reforma e toda a infraestrutura foi muito maior do que o que foi calculado, e só piorou quando, por incompatibilidade, seu sócio decidiu deixar o negócio e Maria teve que comprar a parte dele.
Passou a fazer fazer tudo, porque não tinha como contratar funcionários.
“Passei a morar no hostel e trabalhar 24h por dia: limpeza, café da manhã, recepção, compras, TUDO. Mas como eu estava muito feliz por finalmente ter me encontrado profissionalmente, era só cansaço físico mesmo. E por sorte foram surgindo vários amigos que foram me ajudando nesse início, e com o tempo formei uma equipe que considero como a família social.”
Depois disso, Maria ainda teve outro sócio, mas atualmente ela está sozinha. “Dá mais certo só eu e minha equipe.”
Mas o que mais dificultou o negócio foi a falta de conhecimento administrativo e contábil e a dificuldade de conseguir informações precisas de exigências dos órgãos públicos.
Aprender a delegar funções, e manter uma equipe feliz e animada, afinada com a cultura do Social também foi um desafio para Maria.
TER COMO FOCO A DIVERSÃO DE TODOS
O Social Hostel, que é hostel pequeno, com 29 leitos, possui um foco: a diversão dos seus hóspedes, staff e frequentadores locais.
A ideia do hostel é que a cama seja o último lugar que o hóspede queira ficar e para isso, Maria escolhe com muito cuidado toda a equipe do Social. Todos que fazem parte da família Social adoram conhecer pessoas, fazer amizades e sair pra se divertir.
Possuem atividades todos os dias para promover a interação entre os hóspedes, abrem a casa para eventos externos, porque acreditam que ficar em um hostel é promover uma experiência única.
“A galera já sabe que aqui vai poder: fazer uma aula de yoga, aprender a dançar forró, comer brigadeiro ou tomar uma caipirinha na faixa, participar de um festival de comida vegana, ver um show de música ou uma peça de teatro, participar de um aniversário de alguém que não conhece e fazer amigos, comprar um look incrível num bazar, assistir a uma palestra e até voltar pra casa com uma tatuagem nova. Tudo sem sair do hostel“, conta Maria.
Em uma estadia no social, os hóspedes podem experienciar, desde uma noite louca de festa a fantasia até as 06 da manhã, até uma tarde de imagem e ação com brigadeiro.
E tudo isso com o mascote de fundo, o Pepe, o cachorro da Maria, que está desde o início do hostel. Ele é uma atração no lugar e dá aquele ar de casa ao Social.
“Fugimos do conceito party, porque sentia que isso muitas vezes ficava superficial e não criava a conexão entre as pessoas, algo que eu considero tão importante. Mas que a gente adora uma farra, ah isso sem dúvidas!!! Afinal dá pra fazer amigos no café da manhã, mas com uma cerveja fica muito melhor!!“, brinca Maria.
DO EXCEL AO HQBEDS
No início, não utilizavam nenhum sistema de gestão, usavam planilhas do excel. Até que Maria viu que não estava dando certo.
Passou a usar o BPO, mas achou muito complicado e engessado. Depois começou a utilizar o hospedin, que era muito limitado, até conhecer o hq.
“Eu decidi mudar para o hq porque, por ele ser um sistema criado por donos de hostel, não era apenas um sistema que eu estava contratando, mas um know how do ramo hosteleiro. Eles sabiam das minhas dificuldades pois já tinham passado por elas e por isso tinham as melhores soluções. Como ser empresária era algo novo pra mim, esse contato com outros profissionais do ramo hosteleiro foi muito importante. Além de ser um sistema brasileiro, o que sempre me motivou a prestigiar.”
O Social começou a utilizar o hq após 8 meses de casa aberta.
Maria conta que, com a utilização do hq, conseguiu dar fim aos overbookings, otimizou seu tempo, que era tão escasso, com trabalhos que após a implantação passaram a ser automáticos, e a otimização do controle financeiro.
“Além disso, a melhoria da minha gestão, pois com os relatórios eu conseguia entender melhor qual era o meu público e onde eu estava falhando, e o aumento do meu faturamento com as reservas diretas no meu site com o hqbookings.”
A transição para o sistema foi tranquila. Maria conta que era muito crua, então começou muita coisa do zero, e a equipe do hq foi orientando no que ela precisou.
A adaptação ao sistema também foi fácil, pois além do sistema ser muito intuitivo, alguns dos seus colaboradores já tinham tido contato com ele em outros hostels.
Utiliza vários recursos que o hq possui na gestão da sua propriedade, como por exemplo o controle de estoque, que usa inclusive para produtos que ela não comercializa, como os produtos de limpeza e itens do café da manhã.
Conta que está cada vez aprendendo mais para utilizar todas as funcionalidades e as ferramentas de gestão administrativa e relatórios, pois são muitas as funções disponíveis no sistema. “Acho que ainda não utilizo 100%”.
Para ela, a abertura para novas ideias e críticas para melhoria do sistema foi GIGANTE. Sempre teve muita abertura com todos e várias sugestões suas já foram implementadas. Além disso, o hq ajudou Maria na gestão do seu negócio, dando a ela e sua equipe a ferramenta para profissionalizar o seu negócio, que começou como uma paixão mas que hoje é uma empresa rentável.
“O HQ ajudou me ajudou me dando a ferramenta para profissionalizar o meu negócio, que começou como uma paixão, mas que hoje é uma empresa rentável.“
MARIA
DICAS PARA QUEM TEM O MESMO SONHO DE MARIA
Maria sonhou, se arriscou, empreendeu, e agora possui uma empresa rentável.
Ela dá algumas dicas para quem tem o mesmo sonho, mas ainda está com medo de empreender:
“Entenda o que é um hostel antes de abrir um. Se hospede, conheça pessoas, se permita viver a experiência que só um hostel pode te proporcionar. E visite vários, de diferentes estilos até entender qual será o seu.
Abrir um hostel, diferente do que muita gente pensa, dá muito trabalho. Então se você está pensando em abrir um negócio, faça algo que você faria até de graça, por amor mesmo. Seus hóspedes vão sentir isso, sua equipe vai sentir e o retorno vai acontecer!
Mas não aposte apenas na sorte, busque se profissionalizar pra não deixar seu sonho ruir. E principalmente: FAÇA AMIZADE COM OUTROS HOSTELEIROS, principalmente os da SUA CIDADE. Entenda que uma comunidade unida vai mais longe, que a parceria pode te ajudar muito, além de fortalecer a cena local.
Admire o trabalho dos seus colegas de profissão, se inspire nos bons exemplos e busque fazer um trabalho bem feito!”
O MOCHILÃO DA HQ CONTINUA!
Vamos trazer histórias reais de donos e donas de hostel do Brasil inteiro para descobrir o que aprenderam, como evoluíram e a paixão de cada um pela vida de hosteleiro.
Você já leu a história de Karin e de como conseguiram melhorar a rentabilidade do Tetris Container Hostel?
Até a próxima!