Mercado de hostels no Brasil: cooperação, comunicação e conhecimento compartilhado

Mercado de hostels no Brasil: cooperação, comunicação e conhecimento compartilhado

Algo de muito interessante está acontecendo no mercado de hostels no Brasil. No intervalo de um ano entre a primeira e segunda edição do Fórum Nacional de Hostels, que acabou de acontecer agora em Novembro, a cooperação e o compartilhamento de conhecimento aumentaram significativamente criando uma ponte entre grandes figuras da indústria e hostels emergentes. A competitividade natural do mercado não impediu o surgimento de parcerias formais e informais e a colaboração em várias extensões. Como tudo isso aconteceu?

Primeiro de tudo, através da união em larga escala do segmento de hostels. Associações locais e estaduais apareceram: a ACCARJ no estado do Rio de Janeiro, a Associação Estadual de Hostels e Novas Hospitalidades do Estado de São Paulo, a Associação de Hostels de São Paulo na capital e o Portas Abertas, um coletivo de hostels da cidade de São Paulo, só para citar algumas. Essas organizações menores levaram a recente fundação da Associação Nacional de Hostels e Novas Hospitalidades, um órgão promissor que ajudará os hostels no ganho de reconhecimento institucional e permitirá uma colaboração mais profunda.

Esse envolvimento acontece em vários estados do Brasil, ainda que com maior intensidade nas regiões Sul e Sudeste do país. Alguns exemplos são a Associação de Hostel do Estado do Paraná, Associação Gaúcha de Hostels, Associação Catarinense de Albergues da Juventude e até pequenas cidades litorâneas como Ubatuba, em São Paulo, e Paraty, no Rio, que também estão se organizando. Além disso, existe um número de organizações internacionais como Hostelling International e Hola Hostels que tiveram passagens pelo país e formaram grupos de hostels que cruzam fronteiras estaduais. Ou seja: os hostels já estabeleceram e estão criando ainda mais plataformas de colaboração. Estamos nos organizando rápido e notavelmente.

Em segundo lugar, como um canal mais informal de comunicação entre hostels, as redes sociais e aplicativos de mensagem via internet tiveram um papel fundamental nessa história. O que nós estamos presenciando é a explosão de grupos dos mais genéricos ao mais específicos dentro do Facebook e WhatsApp, onde donos, sócios e gerentes de hostels trocam questões e dicas entre si. Hostels do Brasil todo — um país, que, não esqueçamos, lembra um continente em seu tamanho — estão se comunicando (discutindo políticas relativas aos canais de reserva, pedindo conselhos sobre manutenção dos espaços, trocando histórias sobre as aventuras dos seus lençóis nas lavanderias etc) o dia inteiro.

As notificações do WhatsApp nunca param. A facilidade com a qual novos membros são integrados a esses círculos é impressionante e até hostels novinhos em folha tem acesso ao conhecimento de hostels já bem estabelecidos. Ainda que outros canais informais de comunicação já existam entre donos de hostels, gerentes de Bed and Breakfast e afins, a comunidade de hostels brasileira é certamente um segmento mais unificado e vibrante com múltiplos fluxos de comunicação correndo simultaneamente e atraindo mais membros a cada dia que passa.

Estamos avançando, juntos!

A cooperação entre hostels no Brasil pode não ser novidade, mas a atual proporção sim. Em apenas um ano a conectividade entre hostels saltou para um nível que nós não esperávamos ou havíamos previsto. E mesmo que desacelere no futuro, o compartilhamento de conhecimento entre hostels e sua transformação em um grande grupo com voz própria e interesses em comum vão continuar impressionando.

O Brasil não é o modelo perfeito para o segmento global de hostels, mas ilustra perfeitamente o quanto pode ser feito em pequeno intervalo de tempo quando a comunidade entende que o trabalho conjunto traz benefícios para todos.








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