Hostel Chocolatchê: A paixão pelo chocolate que deu ideia a um hostel

HOSTEL CHOCOLATCHÊ, EM GRAMADO
Raquel trocou a vida de bancária por recepcionar pessoas
A PAIXÃO PELO CHOCOLATE TROUXE UMA NOVA PAIXÃO: RECEBER
Raquel tinha uma paixão: o chocolate. E essa paixão levou ela a conhecer Gramado, em busca da tão famosa iguaria produzida na região. Em 2015, ela chegou pela primeira vez em Gramado, pois além da paixão, fazia alguns produtos para vender. Nessa ocasião, alguns amigos brincaram sobre a possibilidade de alugar parte de um prédio, da Igreja Metodista, que na época existia uma pousada, mas Raquel nem demonstrou interesse.
Mas a sementinha tinha sido plantada.
Em janeiro de 2016, ela foi informada que o prédio estaria disponível, e em fevereiro voltou a Gramado com seus pais para conhecê-lo.
Quando começou a ver a estrutura que eles tinham, surgiu a idéia de hostel. E a partir daí começou a correria, pois ela ainda tinha seu emprego no banco e não fazia idéia de nada de hospedagem, apenas algumas vezes tinha ficado em hostel. “Comecei chamando uma amiga, que me levou para hostel pela primeira vez, sentamos e fizemos uma lista com tuuuudo o que precisaria, e rascunhamos a idéia. Um cliente do meu pai que tem pousada em SP me deu as orientações em relação à enxoval, marcas, e detalhes que eu precisava ter ao escolher o material de trabalho. Em Maio, eu conversei com meu gerente administrativo do banco e pedi pra ele me demitir, pois eu precisava do meu acerto para completar as economias que eu tinha e assim começar o hostel, e assim graças a Deus, aconteceu.”
Tudo foi muito rápido… em Junho, Raquel se mudou sozinha e começou a limpar e organizar o hostel, no começo de Julho sua mãe e seu padrinho foram ajudar na parte final, pois na semana seguinte chegariam os primeiros hóspedes (que foram amigos, ou pessoas que procuravam a antiga pousada metodista).
E de uma brincadeira se formou o Chocolatchê!
APRENDENDO COM QUEM JÁ ENTENDE DE HOSTEL
Raquel lembra que seu primeiro ano foi mais difícil, a estrutura não estava da maneira mais ideal, mas aos poucos começaram as melhorias (que até hoje continuam). Pouco a pouco os quartos foram sendo equipados, os compartilhados passaram a ter lockers, os privativos com TV´s, e finalmente a compra de ar condicionado para os quartos privativos, pois ao contrário do restante do país, eles precisariam para o inverno frio da região!
Ao longo desse tempo já tiveram mais 3 reformas e melhorias significativas e a lista ainda tem itens a serem riscados.
“Em outubro/novembro conheci o pessoal de outro hostel que me ajudou muito a implantar o primeiro sistema, cadastrar nas OTAs e um pouco de hotelaria, e eles me apresentaram o João (Brick Hostel), que é um parceirão nosso até hoje, ele sentou comigo, abriu as planilhas e começou a me ensinar tudo o que eu iria precisar controlar no hostel, o que poderia melhorar, etc, etc.”
Ter uma pessoa já da área que pudesse passar seus conhecimentos fez toda a diferença.
UMA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR, QUE AJUDOU NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE
Raquel tem um currículo cheio: se formou em Tecnologia em Alimentos (UTFPr), Adm (UEL), e está fazendo uma Pós graduação em Chocolataria (irá concluir em março 2020). Já trabalhou em diversas áreas, no Vice Consulado da Espanha, na Lema Brasil Assessoria (com vistos, cidadania, documentos, etc) e no Banco Bradesco. Mas nunca tinha trabalhado na área de hospedagem. Então toda a ajuda seria bem-vinda.
No começo, era somente ela, uma moça que fazia extra na limpeza, quando tinha mais movimento, e um menor aprendiz que ajudava de segunda a sexta, mas que quando necessário dava uma reforçada no fim de semana.
Após 9 meses aproximadamente, começaram a receber voluntários e alguns hóspedes que foram morar em Gramado, se tornaram amigos, e começaram a ajudar também. Assim, informalmente ela tinha uma equipe de amigos que ajudavam quando precisava.
Os voluntários ajudaram com experiências que trouxeram de outros hostels e contribuíram para muitas melhorias. Após o primeiro ano, receberam sua primeira estagiária da Aiesec, uma outra empresa que se tornou parceira e foi apresentada pelo João.
“Recebemos 4 temporadas de estagiários, hoje eles são em 3 que trabalham na recepção, administração e auxiliam em tudo, e moram no hostel trazendo, assim como os voluntários, vivências diferentes, idéias de ações de marketing, finanças, etc.”
Além da equipe, sua mãe, que é sócia ausente do negócio, pois vive em Londrina, também ajuda quando está na cidade. “Tenho mais um sócio, não no papel, mas na parceria e no trabalho, meu marido Laison. Ele cuida da manutenção e administração na minha ausência”.

UM HOSTEL EM UMA CIDADE COM TURISMO DIFERENCIADO
A cidade de Gramado – RS, localizada na região sul, é um dos principais destinos turísticos do Brasil. Conhecida pelas características europeias e as baixas temperaturas, a cidade recebe, aproximadamente, 6 milhões de turistas o ano inteiro atraídos pela singularidade dos atrativos turísticos.
Gramado tem muitas atrações durante o ano, programação especial na Páscoa, Chocolates, Natal Luz (final de outubro até começo de janeiro) e congressos de diversas áreas. Mas é uma cidade que recebe um perfil de turistas diferentes dos que estamos acostumados a ver em hostels.
Mesmo assim, o hostel Chocolatchê possui uma demanda grande, por sua localização estratégica, na avenida principal de Gramado, a uma quadra de pontos importantes da cidade, em um edifício de arquitetura enxaimel, além de ter boas recomendações pelo café da manhã, preparado no hostel pelo staff, que possui pães, bolos, chocotones, brownies, cookies, pães recheados, etc, e praticamente tudo é feito lá mesmo.
“Recebemos muitas famílias, isso inclui crianças e idosos, especialmente em feriados, férias, e temporada de Páscoa, Natal e inverno. Temos jovens também, especialmente nos quartos compartilhados, ao longo do ano, mas um grande aumento nos congressos, feriados e temporadas. Mas no geral, assim como a cidade, nossos hóspedes são tranquilos.”
Além das atrações periódicas que trazem muitos turistas, os hóspedes costumam fazer os passeios locais e da região: Maria Fumaça, Cânion do Itaimbezinho, templo budista, compras, Nova Petrópolis, Vinhedos, Agroturismo, Snowland, City Tour (Lago Negro, Minimundo, Cascata do Caracol, Igrejas, Museus diversos, etc).
Para o entretenimento dos hóspedes dentro do hostel, possuem uma área compartilhada bem grande, com tv, ping pong, refeitório, violão, alguns jogos e cozinha disponível para uso dos hóspedes das 12 até as 22h.
Também contam com a parceria da Brocker turismo, uma das maiores agências da região. “Nossos hóspedes podem comprar os passeios e transfer antes de chegar ou sem sair do hostel.”
A UTILIZAÇÃO DE UM SISTEMA COM SUPORTE ACESSÍVEL
Raquel começou utilizando o sistema Cloudbeds. Mas não estava satisfeita.
“Eu vi um anuncio do hq, e preenchi o formulário, pouco tempo depois a Maria entrou em contato e vendeu o peixe, eu já tinha a referência dela, pois um hóspede (hoje amigo) em comum elogiou muito o Social Hostel, e a maneira como ela trabalhava. Durante a migração o Rogério (CEO da hqbeds) foi muito presente, isso fez diferença, e no primeiro dia de hq, eu queria desistir e voltar pro sistema anterior, mas em 3 dias já me adaptei e de lá pra cá, eu visto a camisa do hq!”
Após ter usado um sistema conhecido internacionalmente, e ter migrado para o hqbeds, um sistema nacional, desenvolvido por donos de hostel, Raquel conta que a facilidade de gerir tudo em um sistema, sem ter taxas adicionais por cada coisinha a mais, relatórios, controles e etc, são os pontos fortes do sistema.
“Além disso, o suporte é muito acessível, sempre que tem alguma zica, eles nos ajudam prontamente”, finaliza Raquel.
O MOCHILÃO DA HQ CONTINUA!
Vamos trazer histórias reais de donos e donas de hostel do Brasil inteiro para descobrir o que aprenderam, como evoluíram e a paixão de cada um pela vida de hosteleiro.
Você já leu a história de André e de como ele largou toda sua vida em São Paulo para abrir um hostel em Alter do Chão Don Preguiça Hostel?
Até a próxima!